
Era uma vez, em uma pequena fazenda ensolarada aninhada entre colinas verdejantes, uma Galinha Ruiva. Ela não era uma galinha qualquer. Além de suas penas cor de ferrugem brilhantes e seus olhos curiosos e alertas, a Galinha Ruiva tinha um espírito aventureiro que ardia em seu coração. Ela ansiava por mais do que apenas ciscando por grãos no terreiro; ela sonhava em explorar o mundo além da cerca da fazenda.
Seus vizinhos, no entanto, não compartilhavam de seu entusiasmo. Havia o Gato Preguiçoso, que passava os dias cochilando ao sol, o Pato Falastrão, que adorava fofocar no lago, e o Porco Guloso, cujo único interesse era rolar na lama. Eles consideravam a Galinha Ruiva um tanto estranha, com suas ideias malucas e seu constante burburinho sobre novas aventuras.
Um belo dia de primavera, enquanto a Galinha Ruiva ciscava no jardim, ela encontrou alguns grãos de trigo espalhados pelo chão. “Que maravilha!”, exclamou ela. “Com esses grãos, eu posso plantar um campo de trigo e fazer pão delicioso!”
Animada, ela correu para seus vizinhos. “Gato, Pato, Porco!”, ela gritou. “Encontrei alguns grãos de trigo! Quem vai me ajudar a plantá-los?”
O Gato Preguiçoso bocejou e respondeu: “Não eu. Estou muito ocupado tirando uma soneca.”
O Pato Falastrão cacarejou: “Plantar trigo? Que trabalho tedioso! Prefiro fofocar com as outras aves no lago.”
O Porco Guloso grunhiu: “Eu não! Preciso encontrar a lama mais gostosa para me refrescar nesse calor!”
A Galinha Ruiva suspirou, mas não se deixou abater. “Tudo bem, eu mesma plantarei o trigo”, disse ela, com determinação.
E assim, a Galinha Ruiva trabalhou arduamente, cavando a terra, plantando os grãos de trigo e regando-os com cuidado. O sol brilhava forte, e o trabalho era árduo, mas ela persistiu, imaginando o pão delicioso que faria com o trigo.
Com o passar do tempo, os grãos de trigo brotaram e cresceram, transformando-se em um campo dourado e ondulante. A Galinha Ruiva cuidava do trigo todos os dias, afastando os pássaros famintos e removendo as ervas daninhas.
Quando o trigo estava maduro, a Galinha Ruiva correu novamente para seus vizinhos. “Gato, Pato, Porco!”, ela gritou. “O trigo está pronto para ser colhido! Quem vai me ajudar a colhê-lo?”
O Gato Preguiçoso se espreguiçou e respondeu: “Colher trigo? Que trabalho cansativo! Prefiro esticar meus músculos ao sol.”
O Pato Falastrão cacarejou: “Colher trigo? Isso estraga minhas penas! Prefiro nadar e me refrescar no lago.”
O Porco Guloso grunhiu: “Eu não! Preciso encontrar a lama mais macia para me chafurdar!”
A Galinha Ruiva suspirou novamente, mas não se deixou abater. “Tudo bem, eu mesma colherei o trigo”, disse ela, com ainda mais determinação.
E assim, a Galinha Ruiva trabalhou arduamente, colhendo o trigo maduro e amarrando-o em feixes. O trabalho era ainda mais difícil do que plantar, mas ela persistiu, imaginando o pão fresco e saboroso que faria com o trigo.
Quando o trigo estava todo colhido, a Galinha Ruiva precisava moer os grãos para fazer farinha. Ela correu mais uma vez para seus vizinhos. “Gato, Pato, Porco!”, ela gritou. “O trigo precisa ser moído! Quem vai me ajudar a levar o trigo ao moinho?”
O Gato Preguiçoso resmungou: “Moer trigo? Que trabalho barulhento! Prefiro um sono tranquilo.”
O Pato Falastrão cacarejou: “Moer trigo? Isso é muito pesado! Prefiro conversar com os outros patos.”
O Porco Guloso grunhiu: “Eu não! Preciso encontrar a lama mais escura para me esconder!”
A Galinha Ruiva suspirou profundamente, mas não se deixou abater. “Tudo bem, eu mesma levarei o trigo ao moinho”, disse ela, com uma determinação inabalável.
E assim, a Galinha Ruiva carregou os feixes de trigo nas costas e caminhou até o moinho, que ficava a uma longa distância. O caminho era íngreme e pedregoso, e o fardo era pesado, mas ela persistiu, imaginando o pão fofinho e macio que faria com a farinha.
Finalmente, ela chegou ao moinho e moeu o trigo, transformando-o em farinha fina. Depois, ela voltou para casa, carregando a farinha nas costas.
Agora era hora de fazer o pão. A Galinha Ruiva correu para seus vizinhos pela última vez. “Gato, Pato, Porco!”, ela gritou. “A farinha está pronta! Quem vai me ajudar a fazer o pão?”
O Gato Preguiçoso resmungou: “Fazer pão? Que trabalho quente! Prefiro ficar fresco à sombra.”
O Pato Falastrão cacarejou: “Fazer pão? Isso é muito complicado! Prefiro observar as outras aves.”
O Porco Guloso grunhiu: “Eu não! Preciso encontrar a lama mais fresca para me deleitar!”
A Galinha Ruiva suspirou pela última vez, mas não se deixou abater. “Tudo bem, eu mesma farei o pão”, disse ela, com orgulho.
E assim, a Galinha Ruiva amassou a massa, moldou os pães e os colocou no forno quente. Logo, um aroma delicioso de pão fresco invadiu a fazenda.
Quando o pão estava dourado e perfeito, a Galinha Ruiva o tirou do forno. Seus vizinhos, atraídos pelo cheiro irresistível, se aproximaram da janela.
“Quem vai me ajudar a comer o pão?”, perguntou a Galinha Ruiva com um sorriso malicioso.
O Gato Preguiçoso ronronou: “Eu vou! Adoro pão fresco.”
O Pato Falastrão cacarejou: “Eu vou! Nunca provei nada tão apetitoso.”
O Porco Guloso grunhiu: “Eu vou! Preciso experimentar esse aroma delicioso!”
A Galinha Ruiva olhou para eles com firmeza. “Oh, não”, disse ela. “Eu plantei o trigo, eu colhi o trigo, eu moí o trigo e eu fiz o pão. Eu vou comer tudo sozinha.”
E assim, a Galinha Ruiva saboreou cada migalha do pão delicioso, enquanto o Gato Preguiçoso, o Pato Falastrão e o Porco Guloso olhavam com inveja.
Daquele dia em diante, seus vizinhos aprenderam uma valiosa lição sobre trabalho árduo, responsabilidade e a importância de ajudar uns aos outros. E a Galinha Ruiva, com seu espírito aventureiro e sua determinação inabalável, continuou a explorar o mundo além da cerca da fazenda, sempre pronta para uma nova aventura. Ela provou que, com trabalho duro e perseverança, qualquer sonho é possível, mesmo para uma pequena Galinha Ruiva.