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Elisa e o Espelho da Verdade

Historinha Elisa e o Espelho da Verdade

Era uma vez, em uma pequena aldeia cercada por densas florestas e montanhas enevoadas, uma menina chamada Elisa. Ela vivia com sua madrasta em uma casinha de madeira à beira da floresta. A madrasta, uma mulher fria e cruel, tratava Elisa como uma serva. Todos os dias, ela a obrigava a limpar a casa, cuidar do jardim e realizar as tarefas mais difíceis, enquanto ela descansava.

Apesar de toda a crueldade, Elisa tinha um coração puro e generoso. Ela amava os animais da floresta e, sempre que podia, ia até a borda da mata para conversar com os pássaros, esquilos e raposas. Seu único desejo era um dia se libertar da opressão da madrasta e viver feliz.

Certo dia, a madrasta ordenou a Elisa uma tarefa impossível: “Vá até a floresta e traga-me uma flor azul que só floresce no topo da Montanha Sombria. Se não voltar até o pôr do sol, não terá mais um lar.”

Elisa, sabendo que a missão era arriscada, mas sem outra escolha, partiu em direção à Montanha Sombria. As árvores se tornavam mais densas e escuras à medida que ela avançava, e um estranho silêncio tomava conta da floresta. Depois de horas de caminhada, ela chegou à base da montanha, onde uma velha árvore retorcida bloqueava o caminho.

Sentada embaixo da árvore, estava uma velha senhora com um manto cinza e um sorriso enigmático. “Aonde vai, menina?” perguntou a velha com uma voz rouca.

“Estou à procura da flor azul que floresce no topo da montanha. Minha madrasta me mandou buscá-la, e se eu não voltar antes do pôr do sol, perderei meu lar”, respondeu Elisa.

A velha a olhou com olhos profundos e disse: “A subida é perigosa e a flor é protegida por antigos espíritos da montanha. Mas você tem um coração puro, e isso pode ajudá-la. Aqui está algo que poderá ser útil.” A velha senhora entregou a Elisa um pequeno espelho prateado.

“Este espelho refletirá a verdade. Use-o com sabedoria.” Elisa, agradecida, aceitou o presente e continuou sua jornada.

A subida foi árdua. O caminho era estreito e cheio de pedras afiadas. À medida que se aproximava do topo, o vento soprava com mais força, e as sombras das árvores pareciam se mover sozinhas. Quando finalmente chegou ao topo, encontrou a flor azul crescendo no meio de uma clareira iluminada pela lua.

Mas, antes que pudesse colhê-la, três sombras surgiram da escuridão. Eram os espíritos da montanha, figuras altas e esqueléticas, com olhos brilhando como carvões.

“Quem ousa tocar nossa flor?” disse um dos espíritos, com uma voz que parecia o sussurro do vento.

Elisa, tremendo de medo, lembrou-se do espelho que a velha senhora lhe dera. Ela o ergueu na direção dos espíritos, e, para sua surpresa, eles se afastaram ao ver seu reflexo.

“Este espelho mostra a verdade”, disse Elisa com firmeza. “E a verdade é que eu vim buscar a flor por necessidade, não por ganância. Meu coração é puro e não quero causar mal algum.”

Os espíritos, vendo sua sinceridade, acalmaram-se e desapareceram nas sombras. Com o caminho livre, Elisa colheu a flor azul e começou sua descida.

Ao retornar para a aldeia, o sol já estava se pondo. Sua madrasta, esperando-a com um sorriso malicioso, não acreditou que a menina pudesse ter completado a tarefa. Mas, quando viu a flor azul nas mãos de Elisa, seu rosto se contorceu de raiva.

No momento em que a madrasta tentou arrancar a flor das mãos de Elisa, o espelho prateado caiu de sua bolsa. A madrasta, ao olhar para o espelho, viu seu verdadeiro reflexo: uma mulher amarga e egoísta, que sempre buscara apenas o próprio benefício. Incapaz de suportar a verdade sobre si mesma, a madrasta fugiu para a floresta e nunca mais foi vista.

Com a madrasta desaparecida, Elisa pôde viver em paz. Ela cuidou da casinha à beira da floresta, onde os animais continuaram a visitá-la, e sempre lembrava das palavras da velha senhora: “A verdade é uma arma poderosa.”

E assim, Elisa viveu feliz, livre da opressão, sempre com o espelho prateado ao seu lado, lembrando-a do poder que existe na verdade e na pureza de um coração bom.

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historinha

Criador de historia infantil, adoro criar historinhas e também sou uma amante da literatura.

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