
No alto de uma montanha verdejante, onde o vento sussurrava segredos entre as árvores e o sol beijava as flores com seus raios dourados, vivia uma pequena pomba branca chamada Neve. Neve não era uma pomba qualquer. Suas penas eram mais brancas que a neve recém-caída, seus olhos brilhavam como duas pequenas pérolas e sua voz era um canto melodioso que encantava a todos que a ouviam.
Neve vivia em um ninho aconchegante, construído com carinho por seus pais, no galho mais alto de uma árvore centenária. De lá, ela podia observar o mundo se desdobrando em uma miríade de cores e sons. Ela via o rio serpenteando preguiçosamente pelo vale, as crianças brincando no campo florido e os pássaros de todas as cores voando livremente pelo céu.
Neve adorava voar. Quando abria suas asas brancas e se lançava ao ar, sentia uma liberdade indescritível. O vento a carregava para cima, para mais perto do sol, e ela podia planar por horas, observando o mundo lá embaixo.
Mas, apesar de toda a beleza que a cercava, Neve sentia um vazio em seu coração. Ela não entendia o que era, mas sabia que algo estava faltando em sua vida. Ela via os outros pombos voando em pares, construindo ninhos e compartilhando carinhos, e sentia uma pontada de tristeza. Neve ansiava por ter um amigo, alguém com quem pudesse compartilhar suas aventuras e seus segredos.
Um dia, enquanto voava sobre o vale, Neve avistou um pequeno pássaro preso em uma armadilha. Ele se debatia desesperadamente, tentando se libertar, mas quanto mais se movia, mais a armadilha se apertava.
Sem hesitar, Neve voou em direção ao pássaro e pousou no galho acima da armadilha. Ela observou a situação por um momento, pensando em como poderia ajudar. Então, teve uma ideia.
Com seu bico forte e preciso, Neve começou a bicar a corda da armadilha. Era um trabalho difícil e demorado, mas ela não desistiu. Ela bicava com todas as suas forças, ignorando a dor em seu bico e a fadiga em suas asas.
Finalmente, depois de muito esforço, a corda se rompeu. A armadilha se abriu e o pássaro foi libertado. Ele voou para fora da armadilha, tremendo e assustado.
Neve voou até ele e pousou em seu ombro. “Você está bem?”, ela perguntou, com sua voz suave e melodiosa.
O pássaro olhou para ela com gratidão. “Sim, estou bem, graças a você”, ele respondeu. “Eu não sei como te agradecer.”
“Não precisa agradecer”, disse Neve. “Eu só fiz o que era certo.”
“Meu nome é Azul”, disse o pássaro. “E o seu?”
“Eu sou Neve”, respondeu a pomba.
A partir daquele dia, Neve e Azul se tornaram grandes amigos. Eles voavam juntos pelo vale, explorando novos lugares e compartilhando suas aventuras. Eles construíram um ninho lado a lado e compartilhavam carinhos e segredos.
Neve finalmente havia encontrado o que estava faltando em sua vida: um amigo verdadeiro, alguém com quem pudesse compartilhar seu amor e sua alegria. Ela aprendeu que a verdadeira felicidade não está em ter coisas, mas em fazer o bem aos outros e em compartilhar a vida com aqueles que amamos.
Com o passar do tempo, a amizade entre Neve e Azul se transformou em amor. Eles se casaram em uma cerimônia linda, realizada no topo da montanha, com a presença de todos os seus amigos pássaros.
Neve e Azul viveram felizes para sempre, construindo uma família linda e ensinando seus filhotes a importância da amizade, do amor e da bondade. E a história da pequena pomba branca, que um dia sentiu um vazio em seu coração, se tornou uma lenda, um exemplo de como o amor e a bondade podem transformar o mundo em um lugar melhor. E todas as pombas brancas que nasceram depois de Neve, carregaram consigo a esperança de encontrar um amor verdadeiro e a missão de espalhar a paz e a bondade por onde passassem, como Neve, a pequena pomba branca que conquistou o coração de todos com sua beleza e sua pureza.
Lindíssima essa história!