
Em um reino vasto e poderoso da Antiguidade, chamado Pérsia, existia uma jovem judia de beleza singular chamada Hadassa. Órfã desde cedo, foi criada com amor e carinho por seu primo Mardoqueu, um homem justo e sábio que a ensinou a amar a Deus e a seguir seus mandamentos. Hadassa era uma jovem de coração puro, modesta e gentil, admirada por todos que a conheciam.
Naquela época, o rei Assuero, um monarca rico e influente, governava a Pérsia com mão forte, mas também com impulsividade. Certo dia, em um momento de vaidade, o rei ordenou que sua esposa, a rainha Vasti, desfilasse diante de seus convidados em um banquete real para exibir sua beleza. Vasti, no entanto, recusou-se a obedecer à ordem do rei, pois acreditava que era indigno exibir-se daquela maneira. O rei, furioso com a desobediência da rainha, destituiu-a do trono e decretou que uma nova rainha fosse escolhida entre as mais belas jovens do reino.
Mardoqueu, ciente do decreto real, sabia que Hadassa, com sua beleza e graça, seria uma forte candidata a rainha. Ele, então, a aconselhou a se apresentar para a seleção, mas com uma condição: Hadassa não deveria revelar sua origem judia a ninguém. Mardoqueu temia que o preconceito contra os judeus pudesse prejudicá-la na competição. Hadassa, confiando na sabedoria de seu primo, concordou em seguir suas instruções.
Assim, Hadassa, cujo nome foi mudado para Ester, foi levada ao harém do rei, onde passou por um rigoroso processo de preparação e beleza, juntamente com as outras jovens candidatas. Ester, porém, destacava-se não apenas por sua beleza exterior, mas também por sua gentileza, inteligência e humildade. Ela conquistou a admiração de Hegai, o eunuco encarregado do harém, que a favoreceu com os melhores tratamentos e cuidados.
Após doze meses de preparação, chegou o dia em que Ester foi levada à presença do rei Assuero. O rei, ao vê-la, ficou encantado com sua beleza e graça. De todas as jovens, Ester foi a que mais agradou ao rei, e ele a escolheu para ser a nova rainha da Pérsia, colocando a coroa real em sua cabeça.
Ester, agora rainha, continuou a seguir os conselhos de Mardoqueu, mantendo sua origem judia em segredo. Ela se tornou uma rainha amada e respeitada por todo o reino, conhecida por sua bondade, sabedoria e justiça. Ester usava sua influência para ajudar os necessitados e para promover a paz e a harmonia entre os povos.
No entanto, a felicidade de Ester e de seu povo estava ameaçada por um homem ambicioso e cruel chamado Hamã, o principal ministro do rei Assuero. Hamã odiava Mardoqueu porque este se recusava a se curvar diante dele, pois Mardoqueu só se curvava diante de Deus. Cheio de ira, Hamã decidiu se vingar não apenas de Mardoqueu, mas de todo o povo judeu.
Hamã, então, foi ao rei Assuero e o convenceu a assinar um decreto que ordenava a destruição de todos os judeus do reino. Hamã alegou que os judeus eram um povo diferente, que não obedecia às leis do rei e que representava uma ameaça à ordem e à estabilidade do reino. O rei, confiando em Hamã, assinou o decreto sem saber que estava condenando à morte milhares de pessoas inocentes.
Mardoqueu, ao saber do decreto, ficou desesperado. Ele vestiu-se de saco, cobriu-se de cinzas e saiu pelas ruas da cidade, clamando em alta voz. Ester, ao saber do sofrimento de Mardoqueu, ficou profundamente preocupada. Ela enviou mensageiros para saber o que estava acontecendo, e Mardoqueu lhe enviou uma cópia do decreto, pedindo que ela intercedesse junto ao rei em favor de seu povo.
Ester, porém, hesitou. Ela sabia que era perigoso comparecer à presença do rei sem ser chamada, pois isso poderia custar-lhe a vida. No entanto, Mardoqueu a encorajou, lembrando-a de que ela havia sido escolhida para ser rainha por um propósito divino e que talvez tivesse chegado a essa posição para salvar o povo judeu.
Ester, então, decidiu arriscar sua vida para salvar seu povo. Ela pediu a Mardoqueu que todos os judeus jejuassem por três dias e três noites em seu favor. Ester e suas servas também jejuaram. Após o jejum, Ester vestiu suas vestes reais e compareceu à presença do rei Assuero, sem ser chamada.
O rei, ao vê-la, estendeu-lhe seu cetro de ouro, sinal de que a aceitava em sua presença e que estava disposto a ouvir o que ela tinha a dizer. Ester convidou o rei e Hamã para um banquete que havia preparado. Durante o banquete, o rei perguntou a Ester qual era o seu pedido. Ester, então, convidou o rei e Hamã para um segundo banquete no dia seguinte.
No segundo banquete, o rei perguntou novamente a Ester qual era o seu pedido. Ester, então, revelou sua origem judia e denunciou Hamã por ter tramado a destruição de seu povo. O rei, furioso, ordenou que Hamã fosse enforcado na mesma forca que ele havia preparado para Mardoqueu.
O rei, então, publicou um novo decreto, permitindo que os judeus se defendessem de seus inimigos. Os judeus se uniram e lutaram bravamente contra seus inimigos, derrotando-os e salvando-se da destruição. Mardoqueu foi promovido a uma alta posição no reino, e Ester continuou a ser uma rainha amada e respeitada.
A história de Ester se tornou um símbolo de coragem, fé e esperança. Ela nos ensina que Deus pode usar pessoas comuns para realizar grandes feitos e que Ele sempre está presente para proteger aqueles que confiam Nele. A história de Ester inspira-nos a defender a verdade e a justiça, mesmo diante de grandes desafios, e a saber que Deus pode transformar o mal em bem.