Sonhos

A Estrada Para a Cidade do Sono

Historinha A Estrada Para a Cidade do Sono

Era uma vez, numa casinha aconchegante aninhada entre árvores altas e um riacho murmurante, vivia uma menina curiosa chamada Luna. Luna adorava brincar, rir e explorar o mundo à sua volta. Mas, quando a noite chegava e as estrelas começavam a piscar no céu escuro, Luna, por vezes, tinha dificuldade em encontrar o caminho para a Terra dos Sonhos. Ela virava-se de um lado para o outro na sua cama macia, os olhinhos abertos, observando as sombras dançantes na parede e os seus pensamentos a girarem como pequenos piões.

“Ah, se eu soubesse como chegar à Cidade do Sono!”, suspirava Luna para o seu ursinho de pelúcia, o Soninho. Soninho era um urso gordinho com um laço azul, que sempre a ouvia com paciência.

Numa noite em que a lua estava especialmente redonda e brilhante, enviando raios prateados através da janela de Luna, algo mágico aconteceu. Uma pequena luz cintilante começou a flutuar no quarto. Não era um vaga-lume comum, mas sim uma criatura delicada e brilhante, com asas que pareciam feitas de poeira de estrela. Era a Fada Cintilante, uma mensageira dos guardiões da noite.

“Olá, Luna,” sussurrou a Fada Cintilante, a sua voz como o tilintar de sinos de vento. “Ouvi o teu desejo. Procuras a Estrada para a Cidade do Sono, não é?”

Os olhos de Luna arregalaram-se de espanto e alegria. “Sim! Eu procuro! Por favor, podes mostrar-me o caminho?”

A Fada Cintilante sorriu e flutuou para a janela aberta. “Então, vem comigo, pequena exploradora dos sonhos. A Estrada para a Cidade do Sono não é um caminho que se encontra em mapas, mas sim um que se sente no coração.”

Com um aceno de suas asinhas, a Fada Cintilante criou uma ponte de luz lunar que se estendia da janela de Luna até ao céu noturno. Era uma estrada suave e cintilante, feita de nuvens fofas que pareciam algodão-doce. Luna pegou na mãozinha brilhante da Fada Cintilante e, com Soninho bem apertado no outro braço, subiu para a Estrada de Luz Lunar.

À medida que avançavam, o ar tornava-se mais suave e doce, com um cheiro a lavanda e a estrelas. O silêncio da noite era preenchido por uma melodia suave, como um coro de grilos a cantar canções de embalar e o sussurrar das folhas das árvores. Luna olhou para baixo e viu as luzes da sua casinha a ficarem cada vez mais pequenas.

“Onde estamos a ir?”, perguntou Luna, a voz um pouco sonolenta.

“Estamos a caminho da Cidade do Sono,” respondeu a Fada Cintilante, guiando-a gentilmente. “Este é um lugar onde todos os sonhos bonitos são tecidos e onde o descanso mais profundo se encontra.”

A Estrada de Luz Lunar levava-os através de campos de flores que brilhavam com orvalho estrelado e florestas onde as árvores tinham folhas que pareciam pequenos candeeiros, cada um com uma luz suave. Passaram por rios de néctar dourado onde peixes que pareciam feitos de luz nadavam preguiçosamente. No caminho, encontraram criaturas adoráveis: coelhinhos com pijamas de nuvens, ursos-panda a bocejar sob a luz da lua e pequenos elfos que balançavam em redes feitas de teias de aranha cintilantes, já a dormir profundamente.

“Todos eles estão a caminho da Cidade do Sono, ou já estão a sonhar”, explicou a Fada Cintilante. “Neste caminho, a pressa não existe, apenas a calma e a paz.”

Luna sentiu uma agradável sensação de calor a espalhar-se por ela. Os seus olhos começaram a pesar. As paisagens tornavam-se mais indistintas, como pinturas suaves. O Soninho, aconchegado no seu braço, já dormia profundamente, o seu peitinho a subir e a descer em ritmo lento.

Finalmente, à distância, Luna viu uma cidade. Mas não era como as cidades que conhecia. Não havia arranha-céus altos ou luzes brilhantes e ruidosas. Em vez disso, a Cidade do Sono era um lugar feito de nuvens macias e edifícios que pareciam feitos de mármore lunar e sonhos solidificados. As ruas eram pavimentadas com estrelas cadentes que haviam sido apanhadas no seu voo, e o ar era preenchido com sussurros de risos distantes e melodias de embalar.

No centro da cidade, havia uma fonte enorme que jorrava um néctar brilhante. A Fada Cintilante explicou que era a Fonte dos Sonhos Doces, e a sua água garantia que todos os sonhos fossem agradáveis e reparadores. Pequenos artesãos dos sonhos, que pareciam fadas e duendes, trabalhavam diligentemente, tecendo fios de ouro e prata em cobertores de sonhos que eram depois enviados para as crianças em todo o mundo.

“Cada vez que uma criança adormece, um desses cobertores quentinhos e cheios de sonhos bons a envolve”, disse a Fada Cintilante.

Luna caminhou pelas ruas tranquilas, sentindo-se cada vez mais envolvida numa manta de sonolência. Viu camas de nuvens fofas espalhadas por toda parte, e nelas dormiam anjinhos, gatinhos, cachorrinhos e até alguns ursos grandes, todos com sorrisos serenos nos seus rostos.

“Chegamos, Luna”, disse a Fada Cintilante, apontando para uma cama de nuvem que parecia feita especialmente para ela, ao lado de uma pequena lagoa de estrelas. “Aqui, o descanso espera por ti.”

Luna deitou-se na cama de nuvem. Era a cama mais macia e confortável que alguma vez sentira. O Soninho, que ainda dormia, encaixou-se perfeitamente ao seu lado. O aroma a lavanda e a estrelas era mais forte ali, e a melodia das canções de embalar entrava suavemente nos seus ouvidos. Luna fechou os olhos. Não havia mais sombras assustadoras, nem pensamentos a girar. Apenas a promessa de um sono profundo e reparador.

A Fada Cintilante beijou a testa de Luna. “Durma bem, pequena. Quando o sol nascer, estarás cheia de energia e com a cabeça cheia de sonhos maravilhosos.”

E assim, Luna adormeceu, viajando pelos mais doces sonhos que a Cidade do Sono podia oferecer. Ela sonhou que voava em cavalos-marinhos pelo oceano, que pintava o arco-íris com cores brilhantes e que ria com todas as criaturas amigáveis que conheceu na Estrada de Luz Lunar.

Quando o sol espreitou pela janela de Luna na manhã seguinte, ela acordou. O quarto estava novamente normal, a ponte de luz lunar e a Fada Cintilante tinham desaparecido. Mas Luna sentia-se diferente. Sentia-se leve, alegre e cheia de energia. O Soninho ainda estava ao seu lado, e um pequeno sorriso brincava nos lábios do ursinho.

Luna sabia que não tinha sido um sonho comum. Tinha realmente visitado a Cidade do Sono. E a partir desse dia, sempre que a noite chegava e ela se deitava na sua cama, Luna fechava os olhos, pensava na Fada Cintilante e na Estrada de Luz Lunar, e sabia que o caminho para a Cidade do Sono estava sempre ali, à espera dela. E assim, Luna dormia profundamente, sonhando com as maravilhas da Estrada para a Cidade do Sono, noite após noite.

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historinha

Criador de historia infantil, adoro criar historinhas e também sou uma amante da literatura. Editor e fundador do Historia para dormir.

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