No coração do Egito, sob o jugo implacável de um faraó temido, uma história de libertação e fé começou a se desenrolar com o nascimento de um menino hebreu chamado Moisés. Em uma época em que o faraó, temendo o crescimento da população hebreia, ordenou o infanticídio de todos os meninos recém-nascidos, Joquebede, uma mãe hebreia corajosa, tomou uma decisão desesperada para proteger seu filho.
Ela confeccionou um cesto de junco, impermeabilizou-o com betume e piche, colocou o bebê Moisés dentro e depositou o cesto nas margens do rio Nilo. A irmã de Moisés, Miriã, ficou de longe, observando o destino do irmãozinho. A providência divina guiou o cesto até as mãos da filha do faraó, que, ao ouvir o choro do bebê, sentiu compaixão e decidiu adotá-lo. Ela o chamou de Moisés, que significa “tirado das águas”, simbolizando o milagre de sua sobrevivência.
Moisés cresceu no palácio real, recebendo uma educação primorosa e desfrutando de todos os privilégios da realeza egípcia. No entanto, apesar de sua vida luxuosa, Moisés nunca se esqueceu de suas origens hebreias. Seu coração se comovia ao ver o sofrimento e a opressão de seu povo, que era submetido a trabalhos forçados e tratamentos desumanos.
Um dia, Moisés testemunhou um egípcio espancando um hebreu. Indignado com a injustiça, Moisés interveio e, em um ato de fúria, matou o egípcio. Temendo a ira do faraó, Moisés fugiu do Egito e refugiou-se na terra de Midiã.
Em Midiã, Moisés encontrou refúgio e uma nova família. Ele casou-se com Zípora, filha do sacerdote Jetro, e tornou-se pastor de ovelhas. Durante quarenta anos, Moisés viveu uma vida simples e pacata, cuidando do rebanho de seu sogro. No entanto, Deus não se esqueceu de Moisés, nem do sofrimento de seu povo no Egito.
Um dia, enquanto pastoreava o rebanho no monte Horebe, Moisés presenciou uma cena extraordinária: uma sarça ardente que não se consumia. Intrigado, Moisés aproximou-se para examinar o fenômeno e ouviu a voz de Deus chamando-o do meio da sarça.
Deus revelou a Moisés seu plano de libertar o povo hebreu da escravidão no Egito e designou Moisés para ser o líder e porta-voz da libertação. Moisés, sentindo-se inadequado e inseguro, hesitou em aceitar a missão. Ele alegou não ser eloquente e temeu a reação do faraó.
Deus, no entanto, prometeu estar com Moisés e capacitá-lo com poder e autoridade. Ele designou Arão, irmão de Moisés, para ser seu auxiliar e porta-voz. Deus também concedeu a Moisés o poder de realizar sinais e maravilhas para convencer o faraó e o povo hebreu da autenticidade de sua missão.
Moisés e Arão retornaram ao Egito e reuniram os líderes hebreus, transmitindo-lhes a mensagem de libertação de Deus e realizando os sinais que lhes haviam sido concedidos. O povo hebreu se alegrou com a esperança de liberdade, mas o faraó endureceu seu coração e recusou-se a libertá-los.
Deus, então, enviou dez pragas devastadoras sobre o Egito, cada uma com o objetivo de demonstrar o poder e a soberania divina e forçar o faraó a ceder. As águas do Nilo se transformaram em sangue, rãs invadiram a terra, piolhos e moscas atormentaram o povo, o gado adoeceu e morreu, tumores dolorosos afligiram os egípcios, saraiva e fogo destruíram as colheitas, gafanhotos devoraram o que havia sobrado, trevas densas cobriram a terra e, finalmente, a morte dos primogênitos egípcios ceifou a vida dos filhos mais velhos de todas as famílias egípcias, incluindo o filho do faraó.
Diante da devastação e do luto, o faraó finalmente cedeu e permitiu que o povo hebreu partisse do Egito. Moisés liderou o povo para fora do Egito em uma jornada épica rumo à liberdade. No entanto, logo após a partida dos hebreus, o faraó se arrependeu de sua decisão e perseguiu-os com seu exército.
Ao chegarem às margens do Mar Vermelho, os hebreus se viram encurralados entre o mar e o exército egípcio. Desesperados, clamaram a Moisés, que clamou a Deus. Deus, então, realizou um milagre extraordinário: abriu o Mar Vermelho, permitindo que os hebreus atravessassem em terra seca. Quando o exército egípcio os perseguiu, Deus fechou as águas do mar, afogando todos os soldados egípcios.
O povo hebreu, livre da escravidão, seguiu Moisés em uma jornada pelo deserto em direção à Terra Prometida. No monte Sinai, Deus entregou a Moisés as tábuas da lei, contendo os Dez Mandamentos, que se tornariam os princípios fundamentais da lei moral e religiosa do povo hebreu.
Após quarenta anos de peregrinação pelo deserto, Moisés conduziu o povo hebreu até as fronteiras da Terra Prometida. No entanto, devido a um ato de desobediência, Moisés não teve permissão para entrar na Terra Prometida. Ele contemplou a terra de longe, do alto do monte Nebo, e morreu ali, aos 120 anos de idade.
A história de Moisés é uma história de fé, coragem, liderança e libertação. É uma história que ressoa através dos séculos, inspirando pessoas de todas as culturas e religiões a confiarem em Deus, a lutarem pela justiça e a buscarem a liberdade.
