
Era uma vez, em uma cidade colorida e vibrante, uma menina chamada Clara. Mas, apesar da alegria que a cercava, Clara era conhecida por seu temperamento difícil. Ela era, para dizer o mínimo, uma menina malvada.
Clara não gostava de dividir seus brinquedos. Se alguém se aproximasse de sua boneca favorita, a Coelhinha Rosa, ela logo gritava: “Sai daqui! É minha!”. Ela também não era fã de jogos em grupo. Preferia brincar sozinha, e se alguém ousasse se juntar, Clara fazia beicinho, cruzava os braços e dizia: “Não quero brincar com você!”.
Na escola, a situação não era diferente. Clara adorava aprender, mas detestava trabalhar em equipe. Seus colegas tentavam incluí-la em projetos, mas Clara sempre encontrava uma desculpa para fazer tudo sozinha. Ela acreditava que ninguém faria um trabalho tão bom quanto ela, e que os outros só a atrapalhariam.
Um dia, a professora da turma, a gentil Senhora Margarida, anunciou um projeto especial: a criação de um jardim comunitário na escola. Cada aluno seria responsável por cuidar de uma parte do jardim, plantando flores e legumes. O objetivo era aprender sobre a natureza, o trabalho em equipe e a importância de compartilhar.
Clara revirou os olhos. Ela não queria saber de jardim nenhum. Preferia ficar em casa lendo seus livros e brincando com seus brinquedos. Mas a Senhora Margarida insistiu que todos participassem, e Clara não teve escolha.
Quando chegou a hora de escolher sua parte do jardim, Clara correu para pegar o melhor pedaço: um cantinho ensolarado e espaçoso, perfeito para plantar flores raras e coloridas. Os outros alunos, vendo a atitude egoísta de Clara, se sentiram desanimados.
— Por que você sempre tem que pegar a melhor parte? — perguntou Pedro, um menino gentil e sorridente. — Podíamos ter dividido o espaço e plantado juntos.
Clara ignorou o comentário de Pedro e começou a cavar a terra com força. Ela queria mostrar a todos que era a melhor jardineira da turma. Mas, para sua surpresa, a terra estava dura e cheia de pedras. Clara cavou, cavou e cavou, mas não conseguiu fazer um buraco decente.
Enquanto isso, os outros alunos trabalhavam juntos, trocando ferramentas, dando conselhos e plantando suas sementes com alegria. Pedro se aproximou de Clara e, vendo seu esforço em vão, ofereceu ajuda.
— Clara, você quer ajuda? — perguntou ele, com um sorriso sincero. — Podemos cavar juntos e depois dividir o espaço.
Clara hesitou por um momento. Ela não queria admitir que precisava de ajuda, mas seu braço já estava doendo e a terra continuava dura. Com um tom relutante, ela aceitou a oferta de Pedro.
Juntos, Clara e Pedro cavaram a terra, removendo as pedras e preparando o solo para o plantio. Clara percebeu que, com a ajuda de Pedro, o trabalho era muito mais fácil e divertido. Eles plantaram juntos sementes de girassol, margaridas e outras flores coloridas.
Com o passar das semanas, o jardim comunitário começou a florescer. Cada aluno cuidava de sua parte com dedicação, regando as plantas, removendo as ervas daninhas e protegendo as flores dos insetos. Clara, para sua surpresa, começou a gostar de cuidar do jardim. Ela sentia prazer em ver as sementes germinando, as flores desabrochando e as borboletas voando ao redor.
Clara também aprendeu a trabalhar em equipe. Ela trocava ideias com os outros alunos, pedia conselhos e oferecia ajuda quando necessário. Ela percebeu que, juntos, eles conseguiam fazer um trabalho muito melhor do que se estivessem trabalhando sozinhos.
No dia da apresentação do jardim comunitário, a Senhora Margarida elogiou o esforço e a dedicação de todos os alunos. Ela destacou a importância do trabalho em equipe, do respeito à natureza e da alegria de compartilhar.
Clara se sentiu orgulhosa do jardim que havia ajudado a criar. Ela percebeu que, ao trabalhar com Pedro e os outros alunos, havia aprendido muito mais do que sobre jardinagem. Ela havia aprendido sobre amizade, cooperação e a importância de ser gentil e generosa.
A partir daquele dia, Clara mudou sua atitude. Ela começou a dividir seus brinquedos, a participar de jogos em grupo e a ajudar os outros alunos na escola. Ela percebeu que ser malvada não a tornava mais forte ou mais feliz. Pelo contrário, a bondade e a generosidade a enchiam de alegria e a aproximavam das pessoas.
Clara se tornou uma menina querida por todos. Ela aprendeu que a verdadeira felicidade está em compartilhar, ajudar e amar o próximo. E assim, a menina malvada se transformou em uma menina bondosa, que irradiava alegria e inspirava a todos ao seu redor. E tudo começou com um simples jardim comunitário e a ajuda de um amigo gentil e sorridente.