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A Naninha da Beti

Historinha A Naninha da Beti

A Beti e a Naninha eram inseparáveis. A Naninha não era uma boneca de porcelana, nem um ursinho de pelúcia rechonchudo. A Naninha era uma coberta. Uma coberta macia, azul-celeste, com bordas desfiadas de tanto ser amada.

Desde que Beti era um bebê pequenininho, a Naninha estava lá. A Naninha a aquecia nas noites frias, a consolava quando caía e ralava o joelho, e a acompanhava em todas as suas aventuras imaginárias. Beti nunca saía de casa sem a Naninha. Era como se a Naninha fosse parte dela, um pedacinho de conforto e segurança que a acompanhava aonde quer que fosse.

Um dia, a professora Margarida anunciou que a turma faria uma visita ao zoológico. Beti ficou radiante! Ela adorava os animais, especialmente os macacos engraçados e as girafas elegantes. Mas, no fundo, ela sentiu um aperto no coração. Ir ao zoológico significava ficar longe da Naninha por algumas horas.

Na noite anterior ao passeio, Beti abraçou a Naninha com força. “Vou sentir sua falta, Naninha,” ela sussurrou, sentindo um nó na garganta. Sua mãe, Dona Clara, viu a preocupação no rosto da filha e sentou-se ao seu lado na cama.

“Beti, querida,” disse Dona Clara, “eu sei o quanto você ama a Naninha. Mas às vezes, precisamos deixar nossas coisas favoritas em casa para podermos aproveitar outras experiências. Pense em como vai ser divertido ver os animais! Você pode tirar fotos e contar tudo para a Naninha quando voltar.”

Beti ouviu as palavras da mãe, mas ainda se sentia insegura. Ela não conseguia imaginar um dia inteiro sem o conforto da sua Naninha. Dona Clara teve uma ideia. Ela pegou um pequeno pedaço de tecido azul-celeste, exatamente da cor da Naninha, e deu para Beti.

“Leve este pedacinho com você,” disse Dona Clara. “Ele vai te lembrar da Naninha o tempo todo. Assim, você nunca estará realmente sozinha.”

Beti pegou o pedacinho de tecido e o guardou no bolso. De manhã, vestiu seu uniforme, calçou os sapatos e se preparou para ir ao zoológico. No portão da escola, ela olhou para trás, para a sua casa, e sentiu uma pontada de saudade da Naninha. Mas então, ela tocou o pedacinho de tecido no bolso e lembrou das palavras da mãe.

No zoológico, Beti ficou maravilhada com a quantidade de animais diferentes. Ela viu macacos pulando de galho em galho, leões majestosos descansando à sombra, e elefantes enormes tomando banho de lama. Ela riu com as brincadeiras das lontras e ficou impressionada com a beleza dos flamingos cor-de-rosa.

Em um momento, enquanto admirava os pinguins nadando, Beti sentiu um empurrãozinho e percebeu que havia se afastado do grupo. Ela se sentiu um pouco perdida e assustada. As lágrimas começaram a se formar em seus olhos.

Então, ela se lembrou do pedacinho de tecido no bolso. Ela o tirou e o apertou com força. De repente, ela se sentiu mais calma. O pedacinho de tecido a lembrava da Naninha, e a Naninha a lembrava do amor e da segurança que ela sentia em casa.

Com o pedacinho de tecido na mão, Beti conseguiu encontrar o caminho de volta para o grupo. Ela se sentiu orgulhosa de si mesma por ter superado o medo e por ter aproveitado o passeio, mesmo sem a Naninha.

No final do dia, quando voltou para casa, Beti correu para abraçar a Naninha. Ela contou todas as aventuras do zoológico, mostrando as fotos que havia tirado. A Naninha, claro, não disse nada, mas Beti sabia que ela estava feliz por ela.

Naquela noite, antes de dormir, Beti colocou o pedacinho de tecido azul-celeste embaixo do travesseiro. Ela percebeu que, embora a Naninha fosse muito importante para ela, ela também era capaz de ser corajosa e independente, mesmo sem a sua coberta.

Beti aprendeu que o conforto e a segurança que ela sentia com a Naninha vinham, na verdade, de dentro dela mesma. A Naninha era apenas um lembrete desse amor e dessa força interior. E a partir daquele dia, Beti continuou amando a Naninha, mas também aprendeu a explorar o mundo com confiança e alegria, sabendo que sempre carregaria um pedacinho de casa em seu coração. E, de vez em quando, quando saia para uma grande aventura, levava consigo o pedacinho de tecido azul celeste, um lembrete silencioso de que o amor e a coragem estavam sempre ao seu alcance. E assim, Beti cresceu, forte, feliz e sempre com a Naninha por perto, mesmo que em pensamento.

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historinha

Criador de historia infantil, adoro criar historinhas e também sou uma amante da literatura.

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