
Era uma vez, numa linda fazenda no campo, um rebanho de ovelhas brancas. Todas as ovelhas eram fofas, macias e de um branco brilhante, e todas estavam sempre alegres, pastando e brincando nos campos verdes. No entanto, havia uma ovelha que se destacava entre as outras: Clara, a Ovelha Negra.
Clara era diferente das outras ovelhas. Sua lã era negra como o carvão e, enquanto as outras ovelhas se misturavam perfeitamente em meio ao rebanho, Clara sempre atraía a atenção e, muitas vezes, a crítica. As outras ovelhas, que eram muito tradicionais, estavam acostumadas a serem todas iguais, e a diferença de Clara fazia com que algumas delas se sentissem desconfortáveis.
“Por que você não pinta a sua lã de branco, Clara?” perguntou uma ovelha chamada Lúcia, com um olhar curioso. “Assim você será como todas nós e poderá se juntar a nós sem estranheza.”
Clara, no entanto, amava sua cor e não queria mudar quem era. “Eu gosto de ser uma ovelha negra! Minha cor me torna única e especial,” respondeu Clara com um sorriso.
Enquanto isso, o Pastor João, que cuidava do rebanho, sempre tinha carinho por Clara. Ele a amava por suas peculiaridades e sabia que cada ovelha tinha suas qualidades. Para ele, a diferença de Clara não era um defeito, mas uma característica que a tornava única.
Um dia, enquanto o rebanho pastava em um campo perto de uma floresta, uma tempestade inesperada começou a se formar no céu. O vento soprava forte, e nuvens escuras surgiram rapidamente. O Pastor João, percebendo que seria perigoso ficar ali, chamou todas as ovelhas para voltarem para o estábulo.
No entanto, quando a tempestade começou a se aproximar, o rebanho entrou em pânico. As ovelhas brancas, que eram todas iguais, começaram a correr em direções diferentes. Elas estavam tão assustadas que perderam a noção de para onde estavam indo. Uma delas, Lúcia, ficou presa em um arbusto e não conseguia se libertar.
Clara, ao ver o que estava acontecendo, sentiu um impulso de ajudar. “Eu não posso deixar Lúcia sozinha!” disse ela, decidida, e correu em direção à amiga.
A tempestade se intensificou, e o vento soprava cada vez mais forte. O rebanho estava tão agitado que muitos estavam perdidos, mas Clara não se deixou intimidar. Com sua cor negra, ela se destacou na tempestade, e a lã escura de Clara, que na verdade parecia um fardo para algumas ovelhas, agora se mostrava como uma vantagem. Ela se movia com velocidade e agilidade, podendo ver melhor em meio à chuva que caía.
“Lúcia! Estou aqui!” gritou Clara, encontrando sua amiga presa no arbusto. Clara sabia que precisava agir rapidamente. Com um pouco de esforço e usando seus chifres, ela conseguiu libertar Lúcia do arbusto.
“Obrigada, Clara! Eu não sabia o que fazer!” disse Lúcia, aliviada, mas ainda assustada.
“Vamos, precisamos voltar ao estábulo!” disse Clara, guiando Lúcia em direção ao pastor e ao restante do rebanho.
Com sua determinação, Clara conseguiu reunir as ovelhas brancas que estavam perdidas e conduzi-las de volta ao estábulo. O Pastor João estava preocupado, mas ao ver Clara e Lúcia voltando com as outras ovelhas, ele sorriu. “Vocês conseguiram! Estou tão orgulhoso de vocês!”
Quando a tempestade passou, as ovelhas estavam todas juntas, seguras no estábulo, e a gratidão que sentiam por Clara era palpável. As ovelhas perceberam que, na verdade, a cor negra de Clara a tornava especial e que sua coragem e determinação eram características que as ajudaram a enfrentar a tempestade.
“Desculpe-me, Clara,” disse Lúcia, com sinceridade. “Eu estive errada em pensar que ser diferente era algo ruim. Você nos salvou! Eu deveria ter valorizado a sua cor e a sua coragem desde o começo.”
Clara sorriu e respondeu: “Obrigada, Lúcia. Todos somos especiais do nosso jeito, e ser diferente não é algo a se envergonhar. Devemos nos apoiar uns aos outros, não importa como somos!”
A partir desse dia, o rebanho aprendeu uma importante lição sobre aceitação e diversidade. Clara, a Ovelha Negra, tornou-se uma líder respeitada entre as ovelhas brancas, mostrando que diferenças podem ser uma grande força em momentos de necessidade.
E assim, todos viveram felizes na fazenda, respeitando e valorizando a singularidade de cada um, celebrando as diferenças que os tornavam especiais e unidos. O Pastor João sempre dizia que, muitas vezes, a verdadeira coragem e o heroísmo vem de quem menos se espera, e Clara, a Ovelha Negra, tinha provado isso para todos.