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A Princesa que Não Queria Vestidos

Historinha A Princesa que Não Queria Vestidos

No reino de Brilhantina, conhecido por seus tecidos reluzentes e bailes extravagantes, vivia a Princesa Aurora, uma menina de espírito livre com uma paixão por aventuras e uma aversão notória a vestidos. Desde pequena, enquanto outras princesas sonhavam com sedas finas e bordados intricados, Aurora suspirava por calças confortáveis e botas resistentes.

A rainha Clarissa, uma mulher elegante e tradicional, fazia o possível para incentivar Aurora a abraçar os costumes da realeza. Todos os dias, a princesa era presenteada com vestidos novos, cada um mais suntuoso que o anterior. Vestidos de veludo bordados com fios de ouro, vestidos de seda adornados com pérolas e vestidos de renda delicada, que pareciam teias de aranha tecidas por fadas.

Mas Aurora não se deixava impressionar. Ela vestia os vestidos com relutância, sentindo-se como um passarinho preso em uma gaiola dourada. Logo que podia, trocava as saias volumosas por calças de montaria herdadas de seu avô, um famoso explorador, e escapulia para o jardim real, onde se sentia verdadeiramente livre.

No jardim, Aurora se sentia em casa. Ela escalava árvores, cavava buracos em busca de tesouros escondidos e cuidava dos animais, desde os esquilos travessos até os majestosos cavalos árabes. Ela amava a sensação da terra sob seus pés e o cheiro da grama recém-cortada.

A rainha Clarissa ficava cada vez mais preocupada com o comportamento da filha. “Aurora, querida”, dizia ela com um tom suave, “uma princesa precisa se vestir como uma princesa. Você precisa se apresentar bem para o reino. Como você espera se casar e governar um dia vestindo calças e botas?”

Aurora suspirava. Ela não queria se casar com um príncipe que a julgasse pela roupa que vestia. Ela queria governar um reino onde as pessoas fossem valorizadas por suas qualidades, não por sua aparência.

Um dia, um anúncio real ecoou por todo o reino: um dragão furioso havia invadido a Floresta Encantada, a principal fonte de água e madeira para Brilhantina. O pânico se instalou no reino, e a rainha Clarissa ofereceu uma grande recompensa para quem derrotasse o dragão e salvasse a floresta.

Príncipes de terras distantes vieram a Brilhantina, exibindo suas armaduras brilhantes e suas espadas afiadas. Eles se apresentaram à rainha, prometendo derrotar o dragão e provar seu valor. Mas Aurora os observava com desconfiança. Eles pareciam mais preocupados em impressionar a rainha do que em realmente ajudar o reino.

Enquanto os príncipes se preparavam para enfrentar o dragão, Aurora elaborava seu próprio plano. Ela sabia que a força bruta não seria suficiente para derrotar a criatura. Era preciso inteligência, estratégia e, acima de tudo, conhecimento da floresta. E Aurora conhecia a Floresta Encantada como a palma de sua mão.

Na calada da noite, Aurora trocou seu vestido mais suntuoso por suas calças de montaria e botas de couro. Ela pegou seu arco e flechas, uma espada herdada de seu avô e um mapa detalhado da floresta que havia desenhado ao longo dos anos. Sem dizer nada a ninguém, ela partiu em direção à Floresta Encantada.

Ao amanhecer, Aurora já estava no coração da floresta. Ela seguiu as trilhas que conhecia de cor, evitando armadilhas e desvendando enigmas. Ela usou seu conhecimento da fauna e da flora para se camuflar e se proteger.

Finalmente, ela encontrou o dragão. Ele era ainda maior e mais assustador do que ela imaginava. Suas escamas brilhavam como pedras preciosas sob a luz do sol, e sua respiração quente queimava as árvores ao seu redor.

Aurora não se intimidou. Ela sabia que precisava ser esperta. Ela estudou os movimentos do dragão, procurando por seus pontos fracos. Ela percebeu que o dragão estava protegendo algo: um ninho com ovos brilhantes.

Aurora entendeu. O dragão não estava atacando por maldade, mas sim por instinto materno. Ele estava protegendo sua família.

Aurora abaixou seu arco e flechas e se aproximou do dragão lentamente, com as mãos vazias. Ela falou com a criatura em uma língua antiga que havia aprendido com os livros de seu avô, uma língua que os animais da floresta entendiam.

Ela explicou que não queria machucá-lo, que ela só queria ajudar. Ela prometeu proteger seus ovos e garantir que sua família estaria segura.

O dragão, surpreso com a atitude de Aurora, parou de rugir. Ele a observou com curiosidade, percebendo a sinceridade em seus olhos.

Aurora passou os dias seguintes cuidando do ninho do dragão, alimentando a criatura e protegendo seus ovos. Ela aprendeu a respeitar o dragão e a entender suas necessidades.

Quando os ovos finalmente eclodiram, Aurora se sentiu realizada. Ela havia salvado a Floresta Encantada não com violência, mas com compaixão e compreensão.

Ao retornar ao reino, Aurora foi recebida como uma heroína. A rainha Clarissa, orgulhosa e arrependida, abraçou sua filha com lágrimas nos olhos.

A partir daquele dia, Aurora passou a usar as roupas que a faziam feliz, sem se importar com os julgamentos dos outros. Ela se tornou uma líder sábia e justa, valorizando a inteligência, a coragem e a compaixão acima de tudo. E o reino de Brilhantina, antes conhecido por seus tecidos reluzentes, passou a ser admirado por sua diversidade, sua liberdade e, acima de tudo, por sua princesa que não queria vestidos, mas sim um mundo melhor para todos.

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Criador de historia infantil, adoro criar historinhas e também sou uma amante da literatura. Editor e fundador do Historia para dormir.

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