Amizade

Festa no Fundo do Mar

Era uma vez, nas profundezas azuis e misteriosas do oceano, um lugar mágico chamado Recanto das Conchas. Lá, entre corais coloridos e algas dançantes, vivia uma comunidade vibrante de criaturas marinhas, cada uma mais especial que a outra. A sereia Serena, com seus cabelos longos e ondulados como as ondas e sua voz melodiosa, era a alegria do Recanto. Seu melhor amigo era Barnabé, um peixe-palhaço listrado e brincalhão, sempre pronto para uma aventura.

Um dia, Serena teve uma ideia brilhante. “Barnabé,” ela disse com entusiasmo, “por que não organizamos uma grande festa para todos os nossos amigos do Recanto das Conchas? Uma Festa no Fundo do Mar para celebrar a nossa amizade!”

Barnabé, que adorava festas e diversão, concordou na hora. “Que ideia fantástica, Serena! Mas como vamos organizar tudo? Uma festa precisa de música, comida, decoração…”

Serena sorriu. “Não se preocupe, Barnabé. Juntos, somos capazes de fazer qualquer coisa! Pediremos ajuda aos nossos amigos. Cada um pode contribuir com algo especial.”

E assim, Serena e Barnabé começaram a espalhar a notícia da Festa no Fundo do Mar por todo o Recanto das Conchas. A notícia se espalhou como uma onda, e logo todos os habitantes estavam animados e ansiosos para ajudar.

A tartaruga Tita, conhecida por sua paciência e habilidade com as plantas marinhas, se ofereceu para decorar o local da festa. Ela usou algas coloridas, conchas brilhantes e flores do mar para criar um cenário deslumbrante. O caranguejo Crispim, um cozinheiro de mão cheia, preparou um banquete delicioso com bolhas de algas doces, sanduíches de plâncton e suco de coral refrescante.

O polvo Olívio, com seus oito braços e talento para a música, formou uma banda com a estrela-do-mar Estela e o cavalo-marinho Horácio. Juntos, eles criaram melodias alegres e contagiantes que faziam todos os peixes dançar.

Enquanto os preparativos estavam em andamento, um peixe solitário chamado Chico nadava por perto, observando tudo com um olhar triste. Chico era um peixe-pedra, conhecido por sua aparência rochosa e sua timidez. Ele nunca participava das festas e sempre se sentia excluído.

Serena percebeu a tristeza de Chico e nadou até ele. “Olá, Chico,” ela disse com um sorriso gentil. “Por que você não se junta a nós na festa? Todos são bem-vindos!”

Chico hesitou. “Eu não sei, Serena. Eu sou tão diferente de vocês… Não sou bonito como você, nem engraçado como o Barnabé. Acho que não me encaixo.”

Serena pegou a mão de Chico e disse: “Chico, a beleza está nos olhos de quem vê. E a verdadeira beleza está no seu coração. Todos nós temos algo especial para oferecer, e você também. Por favor, venha à festa e mostre a todos o seu talento.”

Chico, tocado pelas palavras de Serena, aceitou o convite. Ele nunca havia se sentido tão acolhido antes.

No dia da festa, o Recanto das Conchas estava radiante. As luzes das águas-vivas iluminavam o local, as cores dos corais brilhavam intensamente e a música da banda animava a todos. Os peixes dançavam, cantavam e se divertiam como nunca antes.

Chico, ainda um pouco tímido, ficou em um canto, observando a festa. Mas logo Barnabé o puxou para a pista de dança. “Vamos lá, Chico! Deixe a timidez de lado e divirta-se conosco!”

Chico começou a se soltar e a dançar. No começo, seus movimentos eram desajeitados, mas logo ele encontrou o ritmo e começou a se divertir de verdade. Todos os peixes o incentivavam e o aplaudiam, fazendo-o se sentir parte da comunidade.

De repente, as luzes das águas-vivas começaram a piscar e a festa ficou mais escura. Um grande tubarão faminto apareceu no Recanto das Conchas, assustando todos os peixes.

O pânico tomou conta do local. Os peixes corriam para todos os lados, tentando se esconder. Serena e Barnabé não sabiam o que fazer.

Foi então que Chico teve uma ideia. Ele usou sua habilidade de se camuflar com as rochas para se transformar em uma grande pedra, bloqueando a entrada do Recanto das Conchas e impedindo o tubarão de entrar.

O tubarão, confuso e frustrado, desistiu de invadir o Recanto das Conchas e nadou para longe. Todos os peixes celebraram a coragem e a inteligência de Chico.

Serena abraçou Chico e disse: “Você salvou a nossa festa, Chico! Você é um herói! Vimos agora o quanto você é importante para nós.”

Chico sorriu. Ele nunca havia se sentido tão feliz e realizado em sua vida. Ele finalmente havia encontrado seu lugar no Recanto das Conchas e percebido que a amizade e a aceitação são os tesouros mais valiosos do fundo do mar.

E assim, a Festa no Fundo do Mar continuou, com todos os peixes celebrando a amizade, a diversidade e a importância de valorizar cada um como é. A partir daquele dia, Chico nunca mais se sentiu sozinho ou excluído, e o Recanto das Conchas se tornou um lugar ainda mais alegre e acolhedor, onde todos os amigos eram celebrados e amados. E todos viveram felizes para sempre no fundo do mar.

5/5 - (2 votos)

historinha

Criador de historia infantil, adoro criar historinhas e também sou uma amante da literatura. Editor e fundador do Historia para dormir.

O Que Achou da Historinha?

Botão Voltar ao topo