
No coração de uma pequena cidade, aninhada entre colinas verdejantes e um céu azul radiante, vivia uma garotinha chamada Clara. Clara era uma menina curiosa e esperta, com cabelos cacheados cor de mel e olhos brilhantes como estrelas. Ela adorava aprender coisas novas e passava horas explorando o mundo ao seu redor.
Um dia, enquanto caminhava pela praça da cidade com sua avó Ana, Clara notou que as ruas estavam sendo decoradas com desenhos coloridos feitos de serragem, flores e outros materiais. Curiosa, ela perguntou à avó o que estava acontecendo.
“Ah, Clara”, respondeu a avó Ana, com um sorriso carinhoso. “Estamos nos preparando para o Corpus Christi, um feriado muito especial para nós, católicos. É um dia para celebrarmos o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, presentes na Eucaristia.”
Clara franziu a testa, tentando entender. “Eucaristia? O que é isso, vovó?”
A avó Ana a conduziu até um banco na praça e começou a explicar: “A Eucaristia é um sacramento muito importante para nós. Durante a Última Ceia, Jesus compartilhou o pão e o vinho com seus discípulos e disse: ‘Tomem, este é o meu Corpo… Tomem, este é o meu Sangue’. Ele nos pediu para repetir esse gesto em sua memória.”
Clara ouvia atentamente, com os olhos fixos na avó. “Então, durante a missa, o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Jesus?”
“Sim, Clara”, respondeu a avó Ana. “É um mistério da fé, algo que não podemos entender completamente com a nossa razão, mas que acreditamos com todo o nosso coração. Acreditamos que Jesus está realmente presente na Eucaristia, nos alimentando com seu amor e nos fortalecendo para seguirmos seus ensinamentos.”
Clara ficou impressionada com a história. Ela nunca havia pensado no pão e no vinho da missa como algo tão especial. “E por que as ruas estão sendo decoradas, vovó?”, perguntou ela.
“As ruas são decoradas para a procissão de Corpus Christi”, explicou a avó Ana. “Durante a procissão, o padre carrega o Santíssimo Sacramento, que é a hóstia consagrada, pelas ruas da cidade, mostrando a presença de Jesus para todos. Nós decoramos as ruas com carinho e beleza para receber Jesus com alegria e honra.”
Clara ficou encantada com a explicação da avó. Ela decidiu que queria participar da procissão e ver de perto o Santíssimo Sacramento.
No dia seguinte, Clara acordou cedo e se vestiu com sua melhor roupa. Ela encontrou sua avó na igreja e juntas participaram da missa de Corpus Christi. Clara ouviu atentamente as palavras do padre, cantou os hinos e sentiu uma paz interior que nunca havia sentido antes.
Chegou o momento da procissão. Clara se juntou à multidão de fiéis que seguiam o padre pelas ruas da cidade. Ela observava com admiração os desenhos coloridos que decoravam o chão, as flores que adornavam as janelas e os cantos das ruas.
Enquanto caminhavam, Clara pensava em Jesus, em seu amor incondicional e em seu sacrifício por nós. Ela sentia gratidão por tudo o que ele havia feito e prometeu seguir seus ensinamentos e amar o próximo como a si mesma.
De repente, Clara viu um menino pobre e maltrapilho sentado na calçada, observando a procissão com um olhar triste. Clara se aproximou do menino e lhe ofereceu um pedaço de bolo que havia ganhado na igreja.
O menino aceitou o bolo com gratidão e sorriu para Clara. Aquele simples gesto de bondade encheu o coração de Clara de alegria. Ela percebeu que a verdadeira celebração de Corpus Christi não era apenas participar da procissão, mas também amar e ajudar o próximo.
No final da procissão, Clara voltou para casa com a avó Ana. Ela se sentia feliz e realizada por ter participado daquele dia especial. Ela havia aprendido sobre a importância da Eucaristia, sobre o amor de Jesus e sobre a importância de amar e ajudar o próximo.
A partir daquele dia, Clara se tornou uma pessoa melhor. Ela passou a frequentar a igreja com mais frequência, a estudar a Bíblia e a praticar a caridade. Ela se tornou um exemplo de fé e de amor para todos que a conheciam.
E todos os anos, no feriado de Corpus Christi, Clara se lembrava com carinho daquele dia especial e renovava seu compromisso de seguir os ensinamentos de Jesus e amar o próximo como a si mesma. Ela sabia que a verdadeira celebração da Eucaristia estava em viver o amor e a bondade em cada dia de sua vida. E assim, Clara, a garotinha curiosa, se tornou uma mulher de fé e de amor, iluminando o mundo com a luz de Cristo.