
No meio de um lago azul cintilante, rodeado por juncos farfalhantes e árvores frondosas, vivia um patinho chamado Quackers. Quackers era diferente dos outros patinhos. Enquanto seus irmãos e irmãs deslizavam graciosamente pela água, mergulhando e brincando, Quackers ficava na margem, observando com um olhar triste. Quackers não sabia nadar.
Desde o dia em que saiu do ovo, Quackers sentiu um medo inexplicável da água. Tentava, claro, como todos os outros patinhos. Corria até a beira do lago, hesitava, e então enfiava um dedo do pé na água. A água estava fria! E escura! E misteriosa! Ele rapidamente puxava o pé de volta, um arrepio percorrendo todo o seu corpo. Seus pais, Patrícia e Patrício, tentavam incentivá-lo, mas cada tentativa terminava em lágrimas e um patinho amedrontado correndo de volta para a segurança do ninho.
“Não se preocupe, Quackers”, dizia Patrícia, alisando as penas do filhote com o bico. “Você vai aprender no seu próprio tempo. Apenas relaxe e confie em si mesmo.”
Mas Quackers não conseguia relaxar. Ele via seus irmãos e irmãs se divertindo tanto na água, e se sentia excluído e inadequado. Imagine ser um pato que não sabe nadar! Era como ser um pássaro que não consegue voar. Ele se sentia envergonhado.
Um dia, enquanto observava seus irmãos brincando de “pega-pega” na água, Quackers ouviu uma voz suave. “Por que você não está se juntando a eles, pequeno pato?”
Quackers se virou e viu uma tartaruga velha e sábia, com uma carapaça rachada e olhos gentis. Ela estava sentada em uma pedra, tomando sol.
“Eu… eu não sei nadar”, Quackers murmurou, abaixando a cabeça envergonhado.
A tartaruga riu suavemente, um som crepitante como folhas secas. “Ninguém nasce sabendo nadar, pequeno pato. É preciso aprender. E a melhor maneira de aprender é começar.”
“Mas eu tenho medo”, Quackers confessou. “A água é fria e escura, e eu tenho medo de me afogar.”
A tartaruga sorriu. “O medo é apenas um sentimento, pequeno pato. E os sentimentos podem ser controlados. Que tal começarmos com algo pequeno? Que tal apenas molhar os pés?”
Quackers hesitou. Mas a tartaruga tinha uma voz tão calma e reconfortante que ele se sentiu compelido a tentar. Ele caminhou até a beira do lago e, com a orientação da tartaruga, molhou cuidadosamente os pés na água.
“Isso! Muito bem!”, exclamou a tartaruga. “Agora, o que você sente?”
“Está… frio”, disse Quackers, tremendo um pouco. “Mas não é tão assustador quanto eu pensava.”
“Exatamente!”, disse a tartaruga. “Agora, tente dar um passo mais fundo.”
Com a paciência e o incentivo da tartaruga, Quackers gradualmente foi entrando mais e mais na água. Primeiro, molhou os pés, depois as pernas, e finalmente, a barriga. Cada passo era uma vitória, e a cada vitória, sua confiança crescia.
A tartaruga explicou a ele como bater as patas na água para se impulsionar para frente, e como manter a cabeça para cima para respirar. Quackers praticou diligentemente, tropeçando e caindo algumas vezes, mas sempre se levantando e tentando novamente.
Levou vários dias de prática, mas finalmente, chegou o dia em que Quackers conseguiu nadar! Ele bateu as patas na água com entusiasmo e sentiu a água o sustentar. Ele deslizou graciosamente pela água, livre e feliz.
“Eu estou nadando! Eu estou realmente nadando!”, gritou Quackers, com o coração cheio de alegria.
A tartaruga sorriu. “Eu sabia que você conseguiria, pequeno pato. Apenas precisava de um pouco de paciência e confiança em si mesmo.”
Quackers nadou até seus irmãos e irmãs, que o receberam com alegria. Ele finalmente podia brincar com eles na água, mergulhando, girando e se divertindo como um verdadeiro pato.
A partir daquele dia, Quackers nunca mais teve medo da água. Ele aprendeu que o medo pode ser superado com coragem e determinação, e que, com a ajuda de um bom amigo, até mesmo um pato que não sabe nadar pode aprender a voar… quer dizer, nadar! E ele nunca se esqueceu da tartaruga sábia que o ajudou a descobrir a alegria de nadar. Ele ia visitá-la todos os dias, compartilhando suas aventuras e aprendendo novas lições sobre a vida e o lago. E assim, o patinho que tinha medo da água se tornou o pato mais feliz de todo o lago, nadando livremente e lembrando a todos que nunca é tarde para aprender algo novo, e que a coragem e a amizade são as melhores ferramentas para superar qualquer medo.
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