
Era uma vez, na antiga cidade de Babilônia, uma mulher chamada Susana. Ela era conhecida por sua beleza, bondade e, acima de tudo, por sua fé inabalável em Deus. Susana era casada com Joaquim, um homem rico e respeitado, e juntos viviam em uma bela casa com um jardim exuberante, onde as flores exibiam suas cores vibrantes e os pássaros cantavam melodias alegres.
Susana amava seu jardim e costumava passear por ele nas horas mais quentes do dia, buscando a sombra das árvores e a brisa suave. Ela aproveitava esses momentos de tranquilidade para orar e agradecer a Deus por todas as bênçãos em sua vida.
Naquela época, a comunidade judaica em Babilônia era governada por anciãos, homens mais velhos e experientes que julgavam as causas e tomavam as decisões importantes. Entre esses anciãos, havia dois homens chamados Joiada e Abednego, que eram admirados por sua aparente sabedoria e integridade.
No entanto, por trás de suas máscaras de respeitabilidade, Joiada e Abednego escondiam um coração corrupto e cheio de maldade. Eles eram gananciosos, desonestos e se aproveitavam de sua posição para obter vantagens pessoais.
Aconteceu que Joiada e Abednego se apaixonaram por Susana. A beleza e a bondade da jovem mulher despertaram neles uma paixão obsessiva e pecaminosa. Todos os dias, eles espreitavam Susana, esperando uma oportunidade para abordá-la e satisfazer seus desejos impuros.
Susana, porém, era uma mulher virtuosa e fiel a seu marido. Ela jamais cederia aos avanços dos dois anciãos, mesmo que isso lhe custasse a vida.
Certo dia, enquanto Susana passeava sozinha em seu jardim, Joiada e Abednego a abordaram. Com sorrisos falsos e palavras lisonjeiras, eles tentaram convencê-la a se entregar a eles.
“Susana, você é a mulher mais bela de toda a Babilônia”, disse Joiada, com a voz melosa. “Não desperdice sua beleza com um homem velho como Joaquim. Venha conosco e experimente os prazeres que a vida pode oferecer.”
“Susana, nós somos homens poderosos e influentes”, acrescentou Abednego, com um olhar ameaçador. “Se você nos agradar, podemos lhe dar riquezas e honras. Mas, se você nos rejeitar, faremos com que se arrependa.”
Susana, porém, não se deixou intimidar pelas palavras dos anciãos. Com coragem e firmeza, ela respondeu: “Eu temo a Deus mais do que a vocês. Jamais trairia meu marido e minha fé. Prefiro morrer a cometer um pecado tão grave.”
Furiosos com a recusa de Susana, Joiada e Abednego tramaram uma vingança terrível. Eles sabiam que não poderiam forçar Susana a ceder aos seus desejos, então decidiram acusá-la falsamente de adultério.
No dia seguinte, quando o povo se reuniu para o julgamento, Joiada e Abednego se apresentaram como testemunhas. Com palavras convincentes e gestos dramáticos, eles contaram uma história falsa sobre como teriam flagrado Susana em adultério com um jovem desconhecido no jardim.
O povo, impressionado com a reputação dos anciãos, acreditou em suas palavras e condenou Susana à morte por apedrejamento. A jovem mulher, inocente e desesperada, clamou a Deus por justiça.
Naquele momento, um jovem profeta chamado Daniel, conhecido por sua sabedoria e discernimento, se levantou no meio da multidão. Com a permissão dos anciãos, Daniel pediu para interrogar as testemunhas separadamente.
Primeiro, Daniel chamou Joiada e perguntou: “Embaixo de qual árvore você viu Susana cometer adultério?”
Joiada respondeu: “Embaixo de uma tamareira.”
Em seguida, Daniel chamou Abednego e fez a mesma pergunta. Abednego respondeu: “Embaixo de um pinheiro.”
Daniel, então, se dirigiu ao povo e disse: “Vejam, este homem mentiu! Um disse que viu Susana embaixo de uma tamareira, e o outro disse que foi embaixo de um pinheiro. Como podem acreditar em testemunhas que se contradizem?”
O povo, percebendo a armação dos anciãos, ficou furioso. Eles se voltaram contra Joiada e Abednego e os condenaram à morte, aplicando a eles a mesma pena que haviam tramado para Susana.
Susana, inocentada e libertada, agradeceu a Deus por sua proteção e justiça. Sua fé e sua virtude foram recompensadas, e sua reputação foi restaurada.
A história de Susana se tornou um exemplo de coragem, fé e justiça. Ela mostrou a todos que, mesmo diante das maiores dificuldades, é preciso confiar em Deus e lutar pela verdade. E que, no final, a justiça sempre prevalece sobre a maldade.