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A Raposa e as Uvas

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Na serenidade de uma manhã outonal, a raposa descansava embaixo de um campo de uvas, os raios dourados do sol filtrando-se entre as folhagens. Seus olhos foram cativados por galhos carregados de uvas maduras e suculentas. Uma vontade de degustar algo refrescante e diferente do habitual despertou dentro dela.

Inspirada pelo desejo, a raposa ergueu-se, ansiosa para saborear aquelas uvas. No entanto, os galhos estavam além de sua fácil alcançabilidade, pairando em alturas desafiadoras. Ela tentou saltar, erguer-se sobre as patas, buscando, em vão, tocar aqueles cachos apetitosos.

Os esforços persistiam, mas a raposa logo percebeu que os galhos estavam fora de seu alcance. Por mais que saltasse, os dedos sequer roçavam as uvas. Determinada, persistiu, saltando novamente, mas o salto parecia sempre curto, e as uvas, cada vez mais distantes.

Frustração e cansaço começaram a se entrelaçar na mente da raposa. As uvas pareciam zombar de seus esforços, permanecendo inatingíveis, ainda que o desejo de saboreá-las persistisse.

Finalmente, a raposa, esgotada pela tentativa frustrada, decidiu desistir. Convenceu-se de que não valia a pena continuar tentando, as uvas estavam simplesmente fora de seu alcance.

Prestes a retornar ao seu cotidiano na floresta, uma consciência de observação chamou sua atenção. Um pássaro espiava toda a cena, testemunhando a tentativa fracassada da raposa. Um leve rubor de vergonha começou a tingir suas bochechas.

Buscando explicar sua desistência, a raposa, envergonhada por sua própria frustração, dirigiu-se ao pássaro: “Ah, essas uvas… na verdade, elas estavam verdes! No início, presumi que estivessem maduras, mas quando percebi sua imaturidade, desisti. As uvas verdes realmente não se alinham com meu paladar refinado.”

Essas palavras, uma tentativa de preservar sua autoimagem, foram pronunciadas enquanto a raposa seguia seu caminho. A desculpa oferecida era uma tentativa de justificar a impossibilidade de alcançar aquele deleite suculento.

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